mesas redondas (mr)
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mesa 02 / EPISTEMOLOGIAS INSURGENTES E PRÁTICAS INSUBMISSAS NO FAZER ANTROPOLÓGICO CONTEMPORÂNEO
Modalidade presencial – realização em 02/12/2025 – 18h30
Coordenação: Frank Marcon (PPGA/UFS) e Lucas Vieira da Silva (PPGS/UFS)
Debatedor: Lucas Vieira da Silva (PPGS/UFS)
Expositores:
Luena Nascimento Nunes Pereira (UFRRJ)
Yersia Souza de Assis (UFRB)
João Mouzart (PPGA/UFS)
Nas últimas décadas, as críticas e os tensionamentos feitos pelas teorias feministas e afro-diaspóricas e pelo pensamento pós-colonial e decolonial nos fizeram questionar a pretensa universalidade do pensamento socioantropológico, assim como a sua suposta neutralidade. A presente mesa reúne experiências de pesquisadores e pesquisadoras comprometidos com práticas insubmissas aos cânones epistemológicos e propõe um diálogo sobre as formas de agências e as micropolíticas da diferença que emergem nas práticas sociais, culturais e espirituais de sujeitos e coletividades racializados. São experiências de pesquisas que insurgem de saberes localizados e corporificados, que tensionam e rompem com a colonialidade, recolocando questões sobre sujeitos e coletividades, identidades e diferenças, poder e violências, sob outras perspectivas. Mais do que indicar um caminho a ser traçado, as e os convidados desta mesa trazem suas experiências de vida e de pesquisa refletindo sobre o significado do insurgir nas formas de ver, sentir e fazer antropologia. Trata-se de afirmar a reflexividade da disciplina, demonstrando a sua importância na forma de se imaginar outras epistemologias, e o seu comprometimento com os corpos, territórios, memórias e saberes que desafiam a colonialidade do ser, do saber e do poder, e a pretensa neutralidade científica.

mesa 01 /
POR AQUI E POR ALÍ: ESTUDAR E PESQUISAR NA AMÉRICA LATINA
Modalidade presencial – realização em 02/12/2025 – 16h
Coordenação: Roberto Lima (PPGA/UFS)
Gabriel Rodrigues Lopes (PPGA/UFS)
Ana Karina Calmon de Oliveira Rocha (MUS/UFG)
Edislaine dos Santos (PPGA/UFS)
Nessa mesa pretendemos pensar conjuntamente as experiências de professores e estudantes que fizeram parte de sua formação ou estudos avançados em dois países da América Latina que não Brasil: México e Argentina. Tal experiência, em todos eles, implicou um alargamento de horizontes disciplinares, aquisição de novos conhecimentos metodológicos e de categorias de análise, mas também uma profunda relocalização da própria experiência como pesquisador(a) e cidadã(o) brasileiro (a), com mudanças significativas nas práticas profissionais pessoais, nas redes acadêmicas e nas formas de expressar a pesquisa realizada. Finalmente, trata-se de um momento para troca de ideias e conhecimentos por parte de pesquisadores em diferentes etapas da vida acadêmica o que coloca a mesa também com um profundo caráter intergeracional.

mesa 03 /
ENTRE O SAGRADO E O SECULAR: RELIGIÕES NO ESPAÇO PÚBLICO
Modalidade Presencial – realização em 03/12/2025 – 16h
Prof. Dr. Ulisses Neves Rafael (PPGA/UFS)
Profa. Dra. Ana Paula Mendes de Miranda (PPGA/UFS e UFF)
Prof. Dr. Paulo Gabriel Hilu da Rocha Pinto (UFF)
A mesa redonda pretende discutir as atuais manifestações de conflitos religiosos no Brasil e no mundo contemporâneo, com foco especial na violência simbólica e física contra as religiões muçulmanas e de matriz africana no Brasil. O objetivo principal é entender como essas violências se conectam com esforços históricos e políticos para apagar, excluir ou eliminar diferenças em nome da pureza religiosa, da homogeneização cultural ou do controle moral sobre práticas consideradas marginais por grupos religiosos dominantes. A proposta busca questionar a persistência de padrões de segregação e perseguição que, sob novas aparências, reproduzem estruturas coloniais de poder e hierarquia sagrada, transformando diferenças culturais, étnicas e religiosas em alvos de controle e eliminação. A proposta também busca refletir sobre o lugar da religião no espaço público, tensionando a ideia moderna de secularismo — que, embora se pretenda neutra, frequentemente opera segundo parâmetros cristãos. Interessa discutir como determinadas expressões religiosas adquirem visibilidade pública legítima, enquanto outras são confinadas ao domínio do “privado”, sendo desautorizadas como formas legítimas de presença social. Nesse sentido, propõe-se examinar os projetos que as religiões constroem para o espaço público — sejam eles de convivência plural, de evangelização, de disputa moral ou de intervenção política — e como tais projetos produzem diferentes formas de conflito, reconhecimento e exclusão. Ao problematizar essas dinâmicas, a mesa pretende evidenciar as contradições de uma esfera pública que se diz laica, mas permanece atravessada por desigualdades simbólicas e políticas entre as religiões.

mesa 04 / PESQUISAS COLABORATIVAS EM ANTROPOLOGIA E ARQUEOLOGIA: REFLEXÕES A PARTIR DE EXPERIÊNCIAS COM COMUNIDADES TRADICIONAIS E POVOS INDÍGENAS
Partindo de experiências antropológicas e arqueológicas realizadas sob o auspício da colaboração com comunidades tradicionais e povos indígenas na Amazônia e região nordeste, a mesa redonda procura debater indagações como: que condições são necessárias à realização de uma pesquisa colaborativa? Qual o alcance político da colaboração para os sujeitos implicados? É a colaboração um tipo de fusão de epistemes? Que tipo de saber se espera que seja gerado a partir da colaboração? Tais questões há muito têm nos possibilitado refletir sobre a colonialidade do saber, apontando caminhos para a descolonização da práxis científica. A intenção desta Mesa Redonda, portanto, é refletir sobre a natureza da colaboração entre saberes nas pesquisas antropológica e arqueológica.
Modalidade presencial – realização em 03/12/2025 – 18h30
Ugo Maia Andrade (PPGA/PROARQ/UFS),
Lorena Luana Wanessa Gomes Garcia (PROARQ/UFS),
Guilherme Zdonek Mongelo (PROARQ/UFS)
mesa 05 / LOBISOMENS, ENCRUZILHADAS, CARCARÁS E OUTRAS COISAS PERIGOSAS: CORPOS INSTÁVEIS E RISCOS ONTOLÓGICOS
Modalidade presencial – realização em 04/12/2025 – 16h
Coordenação: Beto Vianna (PPGA/UFS) e Ugo Maia Andrade (PPGA/UFS)
Expositores:
Genílson Conceição Ferreira (Inuma/PPGA-UFS)
Beto Vianna (PPGA/UFS)
Ugo Maia Andrade (PPGA/UFS)
Lobisomens podem ser reduzidos à sua condição de devir: não o devir lobo, mas qualquer devir. As transformações indicam que as formas (animal, humana ou outras) não são idênticas a si mesmas e, portanto, perigosamente instáveis, perenes e intercambiáveis. Encruzilhadas são pontos de convergência entre dois trajetos, consideradas locais com terríveis poderes de agência, capazes de interferir na vida das pessoas (animais, humanas ou outras). Carcarás pegam, matam e comem (animais, humanos e outros). Mexer com seres de outro mundo é perigoso, como muitos de nós já ouvimos de nossos familiares e amigos. O perigo está nas transformações – serão boas? más? – que esse contato entre mundos pode ativar. Antropólogos não são imunes a tais poderes transformadores, e se nossos nativos se mostram cautelosos diante de certas presenças, qual é o risco maior? Ignorar seus pressupostos ontológicos, ou duvidar dos nossos?
mesa 06/ RETOMADAS E RESTITUIÇÕES: ARQUIVOS, ARTE INDÍGENA E IMAGINAÇÃO POLÍTICA
Modalidade presencial – realização em 04/12/2025 – 18:30h
Coordenação: Marina Cavalcante Vieira (PPGA/UFS)
Expositores:
Glicéria Tupinambá (PPGAS/MN)
Marcos Alexandre dos Santos Albuquerque (PPCIS/PPGHA/UERJ)
Ana Marinho (PPGA/UFBA)
Ianara Apolônio (PPGA/UFS)
Esta mesa reúne intelectuais indígenas e não indígenas para discutir como o campo das restituições de imagens e objetos se entrelaça à luta pela terra, fazendo transbordar o significado político das “retomadas de terra” nas “retomadas de imagens”. É nesse cruzamento que se articulam a produção artística indígena contemporânea, os processos de luta política e as ações de restituição de objetos, imagens e narrativas — movimentos que deslocam arquivos e coleções de instituições coloniais em direção às comunidades de origem. As inscrições insurgentes dessas práticas apontam para modos de imaginar futuros possíveis. Ao sonhar com o Manto Tupinambá levado para Copenhague, Glicéria Tupinambá tece mantos contemporâneos cujos fios delineiam rotas políticas que tornam viável seu retorno ao Brasil. Das exposições de arte indígena contemporânea à produção audiovisual Xocó, discute-se a restituição de imagens e objetos como montagens que rearticulam tempos, memórias e formas de existência.

mesa 07/ RESISTIR É REINVENTAR: PRÁTICAS INSUBMISSAS DIANTE DO ESTADO
Modalidade híbrida ou remota – realização em 05/12/2025 – 16h
Coordenação: Javier Mir Rodriguez (PPGA/UFS e Universidade Autônoma de Madri)
Debatedor: Frank Marcon (PPGA/UFS)
Participantes:
Juan Ignacio Robles Picón (Universidade Autônoma de Madri)
Iván Alvarado Castro (Universidade Autônoma de Madri)
Edu Rumenig (Universidade Autônoma de Madri)
A mesa se insere no eixo temático da 8ª Semana de Antropologia da UFS, “Olhares insurgentes e práticas insubmissas”, que propõe pensar a antropologia a partir das margens como um campo de conhecimento que desafia e tensiona os regimes hegemônicos de verdade. O debate girará em torno de como as políticas públicas — muitas vezes elaboradas de cima para baixo e com lógicas coloniais — se encontram com resistências coletivas, saberes locais e práticas insubmissas que reconfiguram os sentidos de cidadania, justiça e direitos. Essas questões serão abordadas a partir da experiência e trajetória dos(as) palestrantes em relação aos setores mais vulneráveis da sociedade, analisando as tensões entre as intervenções estatais e as práticas de resistência que transformam o social e o político. A mesa buscará evidenciar como essas resistências produzem não apenas confrontos com o Estado, mas também novas formas de habitar, pensar e disputar o espaço público. Será um espaço para discutir as tensões entre políticas institucionais e práticas insurgentes, bem como para imaginar alternativas mais plurais e decoloniais.